Palavra de escuteira

Não sobre a Bíblia, mas sobre a Vogue de Junho, prometo que só vou parar de andar na rambóia quando conhecer um rapaz com pinta, argola, carro de cor gira, sentido de humor e orientação, boca bem desenhada, família de bem, seis apelidos, mais 15 cm do que eu, vasto grau de cultura geral, CD's entre os hits do verão passado e músicas que fizeram furor nas últimas décadas, interesse por política em vez de futebol, ex-namoradas mortas ou a viver na Rússia. Tem de não ser submisso e ralhar comigo quando eu estiver errada mas saber acalmar-se e abraçar-me assim que eu começar a fazer beicinho e  chorar, tem de ser espontâneo e seguro da sua masculinidade ao ponto de usar cor-de-rosa ou ajudar-me a comprar uns sapatos, tem de ser romântico sem ser sonso, dedicado mas não pai, cirurgião plástico ou arquitecto, tem de se dar bem com a minha melhor amiga e o meu irmão, tem de ficar tão bem com um fato de executivo como com calças de ganga, tem de andar com os nossos filhos às cavalitas durante o dia e continuar a querer ver-me de lingerie provocante à noite, tem de ter um cão grande. Quero que se emocione quando me vir no altar, me proteja dos maus dos filmes de terror, me ache bonita quando estiver grávida e que venha morar comigo para uma casinha na praia quando formos velhinhos. Isto tudo ou ser o Rodrigo Santoro.